Projeto: “Reciclando o Olhar uma necessidade sócio ambiental”
Local de aplicação do projeto: Escola Municipal “Sagrados Corações”.
Público alvo: 30 alunos do 1º ano B, (período da tarde).
Duração: de outubro à novembro de 2011
Aulas: 05 aulas de 50 minutos cada.
Áreas: Artes visuais , Meio Ambiente e Geografia.
Docente responsável: Marcela Furegati de Matos.
O projeto foi idealizado para um perfil de alunos de quinto ano (9 /10 anos), mas por motivos diversos não foi possível a realização do trabalho com estes alunos, sendo assim, se impôs o primeiro desafio, repensar o público alvo e para solucionar a questão optei por adaptar o projeto para alunos de primeiro ano, meus alunos.
Ao traçar o plano de ação do projeto, assim como, os conteúdos a ser trabalhado foi consultado os parâmetros curriculares nacionais específicos do ensino fundamental I com o intuito de realizar um projeto que estabelecesse concordância com esse importante documento oficial.
A metodologia adotada se baseou na concepção socio-interacionista, de foi estimulada a participação dos alunos, a troca de experiência através da roda de conversa, da aula expositiva dialogada e das oficinas de criação. E contemplou passeio pelo bairro, apresentação e análise de imagens- exigindo reflexões, aulas teóricas expositivas e participativas, exercícios práticos- oficinas.
Feita as adequações necessárias, o plano de ação teve inicio dia 18 de outubro, em um primeiro momento os alunos assistiram o slide (do material didático formulado) com imagens diversas: cidade de São Paulo, favelas, desastre ambientais, da cidade de Barretos, e cenas de lixo espalhado pelo perímetro urbano. No segundo momento os alunos socializaram a impressão que tiveram das imagens e foi mediada varias reflexão como: de que maneira o espaço urbano é ocupado, se há presença de área verde ou não, a questão da quantidade de lixo produzido, como é feito o descarte, quais conseqüências de lixo acumulado em vias públicas, entre outras.
Mesmo já conhecendo os alunos, fiquei maravilhada com as participações, e uma aluna que se expressa muito bem a Isabelli, mais uma vez, me surpreendeu com o seu conhecimento prévio sobre a relação entre lixo e desastres ambientais. Ela salientou a falta de consciência de coletividade dizendo: “as pessoas sabem o que tem que fazer e não fazem porque é mais fácil fazer o errado porque na hora que tão fazendo não se sentem prejudicadas, do lado da minha casa tem um terreno todo mundo joga lixo lá e depois quando aparece bicho na casa deles eles reclamam, só que a culpa é deles e o pior minha casa que é do lado fica com um fedo [...] ano passado com a chuva forte os lixos do terreno ficaram tudo espalhado pela rua e entupiu o lugar que a água da chuva passa para não juntar água e entrar nas casas, achei que ia virar rio, uma mulher chamou a TV B” (TV B - rede televisiva local).
Para finalizar as considerações tecidas, principalmente sobre o descarte correto dos resíduos, aproveitando o gancho da explanação da aluna Isabelli, os alunos realizaram um jogo sobre coleta seletiva de lixo,na lousa digital ,os discentes adoram este recurso.
Na segunda aula, dia 21 de outubro, apresentação do trabalho de Sérgio César (data show), em seguida os alunos fizeram um registro visual do entorno urbano, uma espécie de esboço do ambiente urbano que deseja esculpir, os matérias disponibilizados foram: lápis de cor, giz de cera, canetinha (de ponta fina), sulfite, lápis grafite, borracha, pinceis e tinta aquarela.
Enquanto os alunos faziam suas produções um notebook ia passando de mesa em mesa para que os alunos visualizassem outras obras do artista Sérgio César. (Este notebook é um projeto da prefeitura municipal para o ano de 2012, cada professor recebeu um, e está sendo capacitado para utilizá-lo em sala de aula, o ano que vem todos os alunos terão o seu.)
Neste dia os alunos levaram para casa um bilhete, pedindo que trouxessem para escola caixas vazias de diferentes tamanhos para uma produção artística.
Dia 25 de outubro, terceira e quarta alua (aula dupla) oficina – escultura de papelão, riscos, recortes e montagem.
De posse das caixas e de outros materiais como: cola branca; tesoura; papelão; lápis; cola quente; pistola de cola quente; e extensão, foi relembrada algumas dicas sobre a técnica de escultura em papelão (riscar primeiro todas as partes, recortar, montar verificando os encaixes para depois colar).
Neste dia a estagiária da escola, Marina, gentilmente, ficou na sala durante a aula de artes para auxiliar, e como algumas partes do papelão precisava ser colada com pistola de cola quente, e visto os riscos de queimadura que o instrumento oferece e a idade dos alunos, no momento da colagem com cola quente eu ou a Marina ajudávamos os educandos.
Como tenho um número grande de alunos a ajuda da Marina foi fundamental, pois mesmo habituados a realizar oficinas de arte com freqüência eles estavam muito ansiosos e a cada instante solicitavam a minha presença era um coro de “tia, tia...”,ora para saber minha opinião,ora para resolver conflitos,ora para solucionar questões como: “minha caixa é pequena e eu quero fazer um prédio...”,enfim, a ajuda foi importantíssima para que todos os trinta alunos pudessem terminar a montagem da sua escultura no tempo de duas aluas, duplas.A quinta aula, dia 28 de outubro, foi destinada ao acabamento das esculturas, a pintura, um momento de muita euforia, os alunos foram divididos em seis grupos de cinco alunos, a principio a diretora se comprometeu a comprar tinta “primer” a ideal para pintar caixa de leite e de sapato, usado em varias esculturas, porém,por questões de logística no dia da aulas as tintas foram compradas,nem o isopor para montagem das obras formando o entorno urbano com a junção das esculturas dos alunos.Prevendo a possibilidade das tintas não estarem disponíveis ,levei todas as que eu dispunha em casa,assim como,trinta pinceis,jornal velho,latinhas de estrato de tomate vazia para por água e retalhos de panos.
Algo que me surpreendeu foi ao partilhar com a classe que não tínhamos as duas placas para montagem da produção, o aluno Felipy,sugeriu fazer as ruas de papelão e justificou “Vai ter um efeito ainda melhor porque o papelão que o Fábio trouxe é bastante e tem uma marca no meio pra gente pintar da cor da rua”,a Nycolli ,muito criativa, completou: “Tia você arruma linha e palito pra fazer os postes?” e a sala se transformou em uma panela de pressão onde pipocavam ideias ,por parte dos alunos, para crias soluções estéticas de como montar o trabalho .
Todos os alunos conseguiram pintar suas produções, durante a aula, e os que terminaram primeiro pintaram a rua em um papelão bem cumprido.
Mesmo procurando planejar todas as ações detalhadamente e buscando antever possíveis imprevistos, alguns são inevitáveis fogem ao controle do docente, porém, com comprometimento, coragem e criatividade é possível superar todos eles garantindo a efetivação os planos de aula.
Sexta e última aula, quatro de novembro, finalização do projeto, junca das produções individuais em uma montagem coletiva para a exposição.
Infelizmente, neste dia dez alunos faltaram, contudo o cronograma foi seguido em respeito aos discentes que não faltaram, deste modo mediei às negociações entre os alunos de onde eles queriam expor suas produção e como organizá-las, como não havia acordo em que lugar especifico expor, pois alguns queriam na entrada da escola outros no corredor das salas ao lado do auditório ,um lugar em que é realizado cursos da rede municipal de ensino e o fluxo de pessoas é grande , para ser coerente foi realizada uma votação e ganhou o corredor.
Depois de montado, três alunos, que demonstraram interesse, visitaram as outras salas explicando do que se tratava nossa exposição e contou um pouco do conceito das obras do artista Sérgio César, inspiraração para a “releitura do entorno urbano”.
A avaliação consistiu na observação sistemática dos alunos ao longo de todas as atividades realizadas e analise dos trabalhos. Foi levado em consideração as aprendizagens realizadas pelos alunos em todo o processo e não a performance do produto final,e é exatamente esta avaliação constante que indicou os ajustes necessários durante a aplicação do projeto.
É preciso ressaltar que, cada aluno teve seu percurso individual e seu tempo de aprender respeitado.
Acredito que a estratégia que, mas se destacou no projeto tanto durante o planejamento quanto na aplicação foi a criatividade tanto para buscar matérias alternativos para realização das oficinas quanto para tornar as aulas mais atrativas e prazerosas.